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quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Traços em almaços

Ela criava poesias contou-me certa vez em tons baixos.
Eu não sabia dizer ao certo se escrevia porque se apaixonou.
Ou se apaixonou-se para escrever devido a tanto amar as letras.
O fato é que ela fazia poemas e os poemas a faziam.
E mais que rabiscos em papéis, eram traços da alma.
Pontos do pensamento, pingos dos seus instintos.
Tudo ali com gosto, desgosto, alma, desalma...
E coração que não consegue ser outra coisa.
Mas ela declamava os poemas, com gosto de céu com gosto de chuva.
Rodopiava dentro do quarto como uma bailarina no melhor dos palcos.
Coração atento, olhos dispersos, sorriso pro mundo.
Toda a confusão e compreensão de um sentimento confusamente adorável.
Euforia à flor da pele, à flor do cabelo, à flor dos toques.
São laços, abraços, toques e desfoques, tudo a um só foco:
Certa vez em tons baixos, contou-me que criava poesias.





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